Uma alimentação diversificada, rica em nutrientes e a prática regular de exercícios físicos são apenas dois dos muitos hábitos que devemos ter quando o assunto é uma vida saudável. Mas, você sabia que a casa também pode adoecer os moradores?
A Healthy Building Certificate (HBC), empresa especialista na consultoria e certificações de construção saudável, alerta sobre materiais utilizados nas construções e reformas; móveis que compõem a decoração; e pequenos hábitos diários que podem atrapalhar a qualidade de vida dentro do lar.
“Por conta do desconhecimento, em muitas ocasiões lidamos com produtos nocivos à saúde da casa. Mas a boa notícia é que muitos deles podem ser facilmente substituídos ou excluídos do nosso dia a dia. É preciso estar sempre alerta e buscar informações para fazer escolhas inteligentes”, explica Allan Lopes, fundador e diretor global da HBC, que atua no Brasil e no exterior.
Listamos 5 dicas para serem analisadas e seguidas. Acompanhe!
1. Quarto relaxante
Especializado em biologia da construção, Lopes explica que o dormitório precisa ser entendido pelos moradores como um ‘templo’. “É nesse ambiente que buscamos o descanso para o nosso corpo e reorganizamos as nossas ideias no campo mental. Por isso, ele precisa ser tratado como o centro da casa”, recomenda. Independentemente do estilo decorativo escolhido pelos moradores, ele afirma que, no momento de dormir, o ambiente deve apresentar duas condições essenciais para um sono profundo e relaxante: a ausência de luz, deixando o cômodo totalmente escuro, e o silêncio que conduz ao adormecimento.
Investir em móveis naturais, produzidos em madeira, é um dos passos indicados pela HBC para a conquista de um dormitório mais saudável | Foto: Unsplash – Nathan Pakley
Além destes cuidados, uma boa pedida também é investir em mobílias com o máximo de componentes naturais possíveis. “Ao definir o mobiliário, recomendo evitar peças que apresentem cola em sua composição ou montagem. Estes materiais, muitas vezes, são tóxicos e nocivos à saúde”, complementa Marcos Casado, CEO da empresa no Brasil. Para tanto, a sugestão é elaborar a disposição do dormitório com móveis de madeira que possuam certificados FSC ou Cerflor com documento de origem florestal da madeira.
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As substâncias da espuma dos colchões podem causar problemas de saúde |Foto: Unsplash – Christopher Jolly
O colchão também pode ser outro grande vilão dos quartos. A depender do modo de fabricação, os especialistas da HBC revelam que alguns modelos convencionais carregam mais de 150 substâncias, sendo muitas delas nocivas à saúde. O poliuretano e retardantes de chamas são alguns dos componentes tóxicos e que podem causar problemas respiratórios, dores de cabeça e até mesmo câncer. “Sem contar o impacto negativo que esses itens oferecem ao meio ambiente, uma vez que são de difícil reciclagem e podem demorar centenas de anos para a sua decomposição”, detalha Casado.
Entre as opções salutares, a HBC sugere a escolha de colchões produzidos com fibras naturais como o algodão, bambu ou látex.
2. Casa livre de ondas eletromagnéticas
Quem já ouviu falar que o uso de micro-ondas pode causar câncer? O mito, que ganhou força baseado no senso comum das pessoas, tem sim um fundo de verdade. As ondas eletromagnéticas emitidas por eletrodomésticos e eletrônicos presentes no cotidiano não provocam tumores, mas podem sim trazer irritabilidade, insônia e dor de cabeça em até 10% da população mundial que é considerada eletrossensível, de acordo com estudos divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar de saber que é impossível estar 100% livre das ondas, o diretor global da HBC aconselha que exposições excessivas e desnecessárias sejam evitadas, sempre que possível. “Pequenas medidas podem cooperar para o nosso bem-estar. Por exemplo, se os aparelhos eletrônicos não estiverem em funcionamento, desligue-os das tomadas. Pode ser um pouco mais trabalhoso desconectar o roteador de Wi-fi após o uso, mas estamos falando de saúde. Vale a pena tentar!”, incentiva Lopes.
3. Ventilação e iluminação
Uma casa saudável deve ser sempre bem ventilada e naturalmente iluminada. As janelas devem ser abertas, pelo menos uma vez ao dia, e preferencialmente durante a manhã, enquanto a poluição do ar, principalmente nas grandes cidades, ainda está menor. A luz do sol e a troca constante do ar ajudam a evitar proliferação de fungos, bactérias e mofos.
Manter a casa bem arejada evita doenças respiratórias | Foto: Unsplash – Jarek Ceborski
Outra dica do CEO da HBC Brasil é evitar o uso do ar-condicionado. Além de prejudicar a qualidade do ar, o aparelho demanda manutenção periódica e não é nada econômico. “Caso seja mesmo necessário o uso do ar condicionado, busque comprar equipamentos que promovam a filtragem e a ionização do ar, além de prever a renovação interna do ar e que sejam silenciosos”, recomenda Casado.
4. Mobílias do tamanho certo
Na hora de escolher o mobiliário da casa é importante levar em consideração a estatura dos moradores. A altura da pia da cozinha, por exemplo, deve ser adequada e confortável para quem vai utilizá-la na rotina diária. “Questões de medida e proporção devem ser analisadas em todos os cômodos. Tudo deve ser ergonômico e funcional para auxiliar nas tarefas do dia a dia e não trazer perigo às pessoas”, continua Lopes.
5. Home office
Ter um cantinho especial para trabalho e estudo, além de trazer benefícios a coluna e postura, também influi na manutenção do foco por mais tempo | Foto: Unsplash/Mikey Harris
Com a pandemia, o número de pessoas que aderiram ao home office de forma definitiva cresceu ainda mais. Por isso, algumas adaptações devem ser feitas no lar para atender essa nova necessidade. “Tente separar o escritório do restante da casa. Porém, caso não seja possível, pelo menos setorize este espaço com o uso de uma mesa e cadeira apropriada. O importante é não trabalhar sentado na cama ou sofá com o notebook no colo”, finaliza Casado.
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